sábado, 26 de junho de 2021

Tenho costume de viver coisas clichês


*chegou a viciada em Marina*

Como começar um texto depois de séculos sem escrever? Acho que a última vez que escrevi para valer foi na NaNoWriMo do ano passado (isso em novembro, minha gente!). Teve um textinho fofíneo sobre trintar, mas ficou tão ultrapassado que nem tem mais como postar aqui (escrevi ele para virar post...). Sobre o blog, eu pensei “ah, vou deixar só um pouquinho de lado” e de repente... passou-se meio ano. E nesse tempo muita coisa interessante aconteceu. A primeira, que já havia contado por aqui, é sobre começar a terapia. Permaneço firme e forte nas consultas e feliz e realizada e super me conhecendo melhor e tendo insights magníficos... AH, COMO EU AMO A TERAPIA! É engraçado como a gente convive tanto tempo com a gente mesmo, sem saber quem somos. É muito louco eu ter feito 30 anos e e ter percebido que, cara, HÁ TRINTA ANOS QUE EU SOU EU E EU NÃO ME CONHEÇO! Hoje, estou a passos mais próximos de entender quem verdadeiramente sou. Um passinho de cada vez, na verdade, tem que ter tempo de digerir. Saio da consulta e dou uma volta extra de carro antes de voltar para o trabalho. Sempre assim. Ninguém sabia disso até agora, que decidi expor na internet. Mas é um momento tão meu comigo mesma, pelo qual eu espero toda a semana, que nem fazia sentido contar. 

Ficar comigo é bom, mas também assustador. Exatamente por não me conhecer direito, tenho medo de mim. Sei lá, vai que decido expor meus próprios segredos para mim mesma? Tem coisas que eu não quero saber. É como pegar os pais no meio de uma sessão de sexo. Aos poucos, vou me mostrando uma pessoa forte, com garra, criativa, disciplinada, com problemas também, do tipo: não saber o que me agrada, o que me desagrada, não saber falar não... é, o famoso NÃO. Quem consegue falar ele de boas, assim, me conta como faz?

Outro aspecto que tirou meu tempo, que não sei se falei aqui: voltei a trabalhar presencial. Mas, espero, por pouco tempo mais porque quero, assim que possível, procurar estágio. Entrei na faculdade de Estética e Cosmética que mencionei ser uma meta no último post que fiz para o Together. Estou de férias do meu primeiro semestre, concluído com sucesso. Mas permaneço estudando, porque é uma área apaixonante! Sério, quero entender mais sobre composição da pele, como os cosméticos agem, massagens, ativos, anatomia. Eu tenho amado ler estudos científicos, principalmente sobre doenças cutâneas.

E mais uma novidade: voltei pros exercícios físicos que tanto fui viciada há anos. Dançar é maravilhoso. E tenho feito aulas de musculação também em um parque aqui da minha cidade.

Tô botando mais as caras no Instagram da loja Beauty and Glow. Me sinto com muita vergonha. Na época que fiz jornalismo, eu sempre era escolhida para cobrir eventos para TV, porque tinha feito um curso, do Sr. Dono do Mundo Evaristo Costa, de Repórter de TV. Mas minha autoestima era terrível. Não assistia as gravações depois, faltava no dia de ver o resultado final para analisar como estávamos indo nas aulas de Jornalismo televisivo. E agora, só eu e a câmera do celular (nada daquelas câmeras gigantes que pesavam 8kgs), sozinha no meu lugar de conforto (minha casa) ainda tremo. Suo frio. Sinto medo que não sei explicar, não sai com naturalidade as palavras. Vou ter que me olhar no vídeo. Vou ter que encarar essa pessoa que sempre está comigo, mas que permanece meio presa aos sentimentos do passado, mesmo sendo outra pessoa hoje em dia. Acabei de perceber eu preciso levar isso para a terapia também, sabe, esse lance de confiar em mim. 

No mais, ando todo esse tempo sem crises depressivas! UHUL! Isso era inimaginável para mim. Claro, ainda tenho ansiedade as vezes. Nada vai embora de repente assim. E a vida sempre vai lançar um novo desafio. Felicidade completa não existe. Existem momentos de felicidade. Nunca estaremos livres de sentimentos ruins. Por isso, comecei a tratar os meus como um visitante indesejado. A gente trata bem, convive, fica com ele até que... ele vai embora. Passa. Tudo na vida passa. E eu adoro clichês.


Hoje, comecei a desentulhar meus objetos aqui em casa. Percebi que tenho muitas coisas e que elas tem ligação com minha saúde emocional também. Foi doloroso, mas é necessário. Nem sempre o caminho para estar bem consigo vai ser lindo, com árvores verdes e passarinhos cantando "se ame" nos seus ouvidos.. Ele também vai ser tortuoso, malcheiroso e triste. "Tá tudo bem. Vai passar. E dessa, vou voltar mais forte ainda" é tudo o que eu foco.

Beijos e até algum dia...

Um comentário:

  1. Que bom que a terapia está te fazendo bem <3 Acho que é difícil a gente se conhecer direito porque a gente não se dá muito tempo para se conhecer direito. Nesse aspecto a terapia ajuda muito!
    Fiquei tão feliz em ler esse post, porque sinto que você está mais feliz e felicidade é contagiante! :D

    ResponderExcluir