Quando eu gosto de alguma série, costumo ir atrás de outros materiais disponíveis sobre ela, como livros, HQ's ou filmes que a originaram. Já demonstrei isso aqui no post "Mini overdose de Os Bórgias" e hoje trago duas outras séries que assisti recentemente e busquei outras alternativas de conhecer a história: Girlboss e Dear White People!
Girlboss (série e livro)
Quando a série Girlboss estreou no Netflix, eu fui correndo assistir. Antes de mais nada, um pequeno resumo: o programa e o livro falam sobre a história real de Sophia Amoruso, que muito jovem criou uma loja no ebay chamada Nasty Gal para vender peças vintages, que acabou crescendo muito em vendas e sucesso. Me apaixonei pela serie em um primeiro momento, mas como era de se esperar, quando todo o “boom” da estreia passou, eu comecei a prestar atenção nos problemas. A Sophia da série é inconsequente e mesquinha, não vendo problemas em afastar os outros para conquistar seus objetivos, em roubar por puro hobbie ou em desprezar quem pensa diferente dela – como podemos ver nas cenas com os compradores vintages. Mas o figurino ainda é de tirar o fôlego e, vocês sabem né, tem roupa bonita já me ganha... Além disso, há todo um incentivo para você persistir nos seus sonhos e dicas valiosas de sucesso comercial no seriado.
E foi por isso que eu furei minha lista de livros e trouxe #GirlBoss (que já estava lá para ser lido quando desse tempo) para o topo. O livro autobiográfico difere bastante da série, principalmente por não existirem personagens como Annie (a melhor amiga de Sophia na série) – e por nos mostrar que a mãe de Amoruso não a abandonou na vida real. O livro é mais pé no chão e menos inconsequente que a série, nos dá muitas dicas sobre empreendedorismo e nos dá um parâmetro maior sobre a Nasty Gal. O grande problema aqui foi saber, depois de ler o livro, que Sophia nunca foi tão respeitosa com seus funcionários como ela conta. Se aqui valer o discurso “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, então a leitura vale a pena.
Dear White People (série e filme)
Antes de tudo, vamos a uma breve sinopse: ambas as obras discorrem sobre movimentos de lutas negras, dentro de uma Universidade (Winchester) de predominância de elite branca, com seu grande ápice em uma festa blackface – que nos mostra escancaradamente os horrores do preconceito.
O seriado, por ter um tempo maior, faz um mergulho nos personagens principais e dá mais espaço para questões singulares – que no fim englobam um todo. Um dos meus personagens preferidos, o estudante de jornalismo Lionel, tem um destaque muito maior na série do que no filme, por exemplo. Ainda que eu não seja apta para falar sobre racismo, me sinto segura em afirmar que o filme me trouxe mais impacto nas questões raciais do que a série. Elas chegam em nós, espectadores, de maneira mais explícita, nos acertando em cheio. Por mais que nos esforcemos para que o racismo não exista, há muita coisa enraizada em nossa sociedade e que nos parecem “normais” por pura ignorância, que ferem e ofendem pessoas negras (e que precisa ser trabalhado urgentemente). Dear White People nos ajuda a enxergar isso. Aqui, um ponto perspicaz entre filme e série, é a presença no seriado de uma cena em especial, que não vou citar para evitar spoilers, que me arrancou lágrimas. Quem já assistiu, vai saber do que se trata: envolve o personagem Reggie e uma discussão em uma festa. Outra coisa que surgiu na série foi o poema (derivado da cena que citei), escrito pelo mesmo personagem, que mexe profundamente com qualquer pessoa, até mesmo aquelas que como eu não entendem muito de poesia ou não sofrem com racismo. É profundo, é triste e é, infelizmente, real.
Girlboss (série e livro)
Quando a série Girlboss estreou no Netflix, eu fui correndo assistir. Antes de mais nada, um pequeno resumo: o programa e o livro falam sobre a história real de Sophia Amoruso, que muito jovem criou uma loja no ebay chamada Nasty Gal para vender peças vintages, que acabou crescendo muito em vendas e sucesso. Me apaixonei pela serie em um primeiro momento, mas como era de se esperar, quando todo o “boom” da estreia passou, eu comecei a prestar atenção nos problemas. A Sophia da série é inconsequente e mesquinha, não vendo problemas em afastar os outros para conquistar seus objetivos, em roubar por puro hobbie ou em desprezar quem pensa diferente dela – como podemos ver nas cenas com os compradores vintages. Mas o figurino ainda é de tirar o fôlego e, vocês sabem né, tem roupa bonita já me ganha... Além disso, há todo um incentivo para você persistir nos seus sonhos e dicas valiosas de sucesso comercial no seriado.
E foi por isso que eu furei minha lista de livros e trouxe #GirlBoss (que já estava lá para ser lido quando desse tempo) para o topo. O livro autobiográfico difere bastante da série, principalmente por não existirem personagens como Annie (a melhor amiga de Sophia na série) – e por nos mostrar que a mãe de Amoruso não a abandonou na vida real. O livro é mais pé no chão e menos inconsequente que a série, nos dá muitas dicas sobre empreendedorismo e nos dá um parâmetro maior sobre a Nasty Gal. O grande problema aqui foi saber, depois de ler o livro, que Sophia nunca foi tão respeitosa com seus funcionários como ela conta. Se aqui valer o discurso “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, então a leitura vale a pena.
Dear White People (série e filme)
Antes de tudo, vamos a uma breve sinopse: ambas as obras discorrem sobre movimentos de lutas negras, dentro de uma Universidade (Winchester) de predominância de elite branca, com seu grande ápice em uma festa blackface – que nos mostra escancaradamente os horrores do preconceito.
O seriado, por ter um tempo maior, faz um mergulho nos personagens principais e dá mais espaço para questões singulares – que no fim englobam um todo. Um dos meus personagens preferidos, o estudante de jornalismo Lionel, tem um destaque muito maior na série do que no filme, por exemplo. Ainda que eu não seja apta para falar sobre racismo, me sinto segura em afirmar que o filme me trouxe mais impacto nas questões raciais do que a série. Elas chegam em nós, espectadores, de maneira mais explícita, nos acertando em cheio. Por mais que nos esforcemos para que o racismo não exista, há muita coisa enraizada em nossa sociedade e que nos parecem “normais” por pura ignorância, que ferem e ofendem pessoas negras (e que precisa ser trabalhado urgentemente). Dear White People nos ajuda a enxergar isso. Aqui, um ponto perspicaz entre filme e série, é a presença no seriado de uma cena em especial, que não vou citar para evitar spoilers, que me arrancou lágrimas. Quem já assistiu, vai saber do que se trata: envolve o personagem Reggie e uma discussão em uma festa. Outra coisa que surgiu na série foi o poema (derivado da cena que citei), escrito pelo mesmo personagem, que mexe profundamente com qualquer pessoa, até mesmo aquelas que como eu não entendem muito de poesia ou não sofrem com racismo. É profundo, é triste e é, infelizmente, real.
O Lionel da série do Netflix, interpretado por Deron Horton. No filme, o papel dele foi dado para Tyler James Williams. |
O racismo é real e assistir Cara Gente Branca é como retirar uma venda dos olhos. É como no caso da festa com o uso de blackface - onde pessoas brancas se "fantasiam" de uma pessoa negra. Uma fala que reparei no filme e não lembro se também existe na série, é quando um garoto (branco) diz algo como “prova de que o racismo não existe é que estamos fazendo piada com isso”. Na verdade, uma preciosa lição com ambas as produções audiovisuais, é que a prova de que o racismo existe é justamente enxergarmos como natural algo como uma festa blackface. Se você discorda, por favor, assista Dear White People.
E para quem se interessou tem dois textos na revista Ovelha, escritos pela Karoline Gomes, que são infinitamente mais esclarecedores do que essa minha pequena resenha: “Um filme para as queridas pessoas brancas” e “Cara gente branca, esta série não é sobre vocês”.
Vale muito a pena todas as caras pessoas brancas assistirem o filme e a série de coração e mente abertos, para aprendermos um pouquinho sobre o que não devemos fazer (e até para refletirmos o que podemos fazer para ajudar no combate ao racismo).
Nossa amei ver a serie Girlboss além de ser divertida, passa uma mensagem que não devemos desistir dos nossos sonhos por nada.
ResponderExcluirAmei o post. Vim pelo grupo no facebook Café no Blog
Seguindo https://blogdajenny2014.blogspot.com.br/
Estou assistindo "Dear white people" e percebo o quanto o racismo é algo presente na nossa sociedade. Eu não vivencio o racismo na pele, mas não posso negar que ele exista, como você falou, é algo visto como natural e isso precisa mudar, a sociedade precisa se transformar e haver mais respeito entre as pessoas.
ResponderExcluirhttp://lenabattisti.blogspot.com.br/
Eu assisti o filme Dear White People,o seriado e o filme/livro Girlboss ainda não tive tempo de ler...no canal do YouTube Papo de Preta as meninas também
ResponderExcluirfalam sobre o filme de forma clara e abrangente a propósito esse canal fala sobre a cultura,povo negro em geral para conhecer um pouco mais realmente é muito bom...aprendi muitas coisas que desconhecia com elas. Aguardo uma oportunidade de poder conhecer os 2 seriados e livros!!! Bjs
Não é difícil para ninguém falar sobre preconceito, pois TODOS nós um dia iremos passar por isso. Independentemente que seja por raça, orientação sexual, religião, estrutura física (bulimia, esquizofrenia, obesidade) nós todos conseguimos ar e moral para falar sobre o assunto <3 Amei o post, as duas séries parecem ótimas e é sempre bom conhecer coisas noas e experimentar do desconhecido.
ResponderExcluirOie, tudo bem? Apesar de ser muito fã de séries confesso que ainda não consegui assistir Girl Boss. Tenho visto pela internet opiniões divergentes sobre a série, alguns defendem que a produção mostra o empoderamento feminino, como uma mulher pode ser forte e ter sucesso. No entanto outros defendem que a produção é fraca e em muitos momentos foge do enredo original no livro. Acredito que sempre vale a pena ler ou assistir algo devido ao aprendizado, se não gostamos pelo menos formamos nossa opinião concorda? Ótimo post. Beijos, Érika =^.^=
ResponderExcluirNão sabia que Dear With People tinha filme. Eu assisti Girl Boss sem ler o livor, mas ainda tenho vontade de ler.
ResponderExcluirVidas em Preto e Branco
Girl Boss estou ainda assistindo, agora eu não sabia que Dear With People tinha filme *o* que legal.
ResponderExcluirNossa não conhecia nenhuma das duas vou procurar e assistir😘
ResponderExcluir