Eu não me dei tempo para respirar e assim que terminei de devorar O Conto da Aia, já engatei com a HQ Persépolis. O primeiro é um livro escrito por Margaret Atwood e mostra a vida de mulheres onde costumava ser os Estados Unidos, que foi transformado em uma república chamada Gilead. Todo o passado com filmes, revistas, livros, roupas curtas, maquiagens, estudos, já não existe mais. Na história, as mulheres tem o direito a seus corpos negados, embora seja sob um discurso de que tudo é feito para sua própria proteção. Elas não podem deixar seus corpos à mostra, por isso, mesmo em dias muito quentes, usam roupas que escondem cada mínimo pedaço de pele. Retiradas de suas famílias, as mulheres férteis são obrigadas a se doar para seus Comandantes na esperança de procriar. São chamadas de Aias. É o caso de Offred, nossa protagonista.
Os Comandantes possuem uma Esposa, já infértil (importante falar que houve uma contaminação no solo e nas águas e essas condições diminuíram a fertilidade). Os trabalhos domésticos são confiados às Martas, que também são inférteis. Existem também as Tias, mulheres que passam às Aias ensinamentos sobre maternidade e submissão. Muitas escolhem ser Tias para fugir de serem enviadas aos trabalhos nos campos, abandonadas para morrer, onde a contaminação por radiação é maior.
Há uma ilusão pregada de que mulheres são bem tratadas e protegidas, embora possamos ver claramente a opressão. Os ensinamentos bíblicos são utilizados como desculpa para justificar a tomada de poder. Várias vezes, durante a história, podemos ver as Tias dizendo que “nos tempos de antes” mulheres eram até estupradas (irônico quando uma Aia é justamente uma mulher obrigada a fazer sexo para procriação).
Pude perceber uma ligação com o que nos conta Marjane Satrapi, em Persépolis, uma historia em quadrinhos que conta sua própria vida no Irã. Em vários momentos ela nos mostra que os véus são usados para cobrir os cabelos e os pelos, porque isso supostamente excita os homens.
Os Comandantes possuem uma Esposa, já infértil (importante falar que houve uma contaminação no solo e nas águas e essas condições diminuíram a fertilidade). Os trabalhos domésticos são confiados às Martas, que também são inférteis. Existem também as Tias, mulheres que passam às Aias ensinamentos sobre maternidade e submissão. Muitas escolhem ser Tias para fugir de serem enviadas aos trabalhos nos campos, abandonadas para morrer, onde a contaminação por radiação é maior.
Há uma ilusão pregada de que mulheres são bem tratadas e protegidas, embora possamos ver claramente a opressão. Os ensinamentos bíblicos são utilizados como desculpa para justificar a tomada de poder. Várias vezes, durante a história, podemos ver as Tias dizendo que “nos tempos de antes” mulheres eram até estupradas (irônico quando uma Aia é justamente uma mulher obrigada a fazer sexo para procriação).
Pude perceber uma ligação com o que nos conta Marjane Satrapi, em Persépolis, uma historia em quadrinhos que conta sua própria vida no Irã. Em vários momentos ela nos mostra que os véus são usados para cobrir os cabelos e os pelos, porque isso supostamente excita os homens.
A história de Persepólis é totalmente diferente d’O Conto da Aia e nos
insere na realidade da guerra Irã/Iraque. Conta a infância da
protagonista, passando por sua morada na Áustria e por sua volta ao Irã,
já crescida. Suas ideias são revolucionárias e ela sempre expõe sua
opinião mesmo que isso a coloque em vários perigos.
O livro, é ficção; a história em quadrinhos, realidade: mas são completamente ligados pelos direitos negados. Recomendo fortemente os dois .
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