Muitas pessoas ficaram chocadas com a aprovação do Estatuto do Nascituro na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, no dia 5 desse mês. Razões é o que não faltam, afinal, a mulher seria obrigada a dar a luz para uma criança gerada a partir de um estupro. O estuprador seria, inclusive, reconhecido como pai da criança e deveria pagar pensão (juro que o mais absurdo nisso pra mim é o fato de ele ter que manter contato com a vítima). Quando o dito cujo não for localizado, o Estado daria um salário mínimo até que a criança atinja a maioridade. E o psicológico de ambas as partes (mãe e criança) tanto faz. Na verdade, o direito de escolha que a mulher deveria ter também tanto faz. E a saude dela, então? Pois é, tanto faz. É ridículo demais!
Eu sou a favor da discriminalização do aborto de um feto com até 12 semanas. Sou a favor da mulher poder escolher se quer ter um filho, com quem quer ter um filho e em que momento terá condições psicológicas e financeiras para criar, com amor, essa criança. Como disse Clara Averbuck nesse post, de onde eu tirei o vídeo que coloco aqui, "ninguém CURTE aborto. Ninguém acorda um dia, se espreguiça e fala 'oh,
acho que vou fazer um abortinho'. E as mulheres NÃO DEIXAM de fazer
aborto porque ele é ilegal. Mas apenas as que têm condições conseguem
pagar por uma clínica de qualidade. As que não têm, bom, elas enfiam
agulhas de tricô em seus úteros e procuram carniceiros e, quando não
ficam com seqüelas, morrem de infecção. O número de abortos não vai
disparar se a prática for legalizada até a 12ª semana, como sugere o
conselho federal de medicina. Mas o número de mulheres mortas por tentar
fazer abortos em condições insalubres certamente vai despencar. Antes
do discurso 'a favor da vida', pensem na vida de quem vocês são a
favor: de uma mulher adulta e consciente de que não pode, não deve, ou
simplesmente não quer (então também não deve) ter um filho, ou na de
umas poucas células sem consciência? E depois que essas células virarem
bebês com mães sem condições psicológicas/financeiras para criá-los,
quem é que vai cuidar dessa vida? Vocês? A igreja?"
Só acho que tanto esse projeto de lei quanto o aborto no Brasil devem ser repensados... segue então o vídeo com dados sobre essa prática no Brasil:
* lembrando que agora a proposta do Estatuto do Nascituro segue para a Comissão de Constituição e Justiça.
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