segunda-feira, 28 de março de 2016

Faz bem ou faz mal?

Vamos falar sobre comer de tudo, sem classificar alimentos em bons e ruins? Vamos!
Ao longo dos anos, pesquisas e mais pesquisas são desenvolvidas. As vezes, acredita-se que o alimento X faz mal para algum órgão. Anos depois, se descobre que na verdade, esse mesmo alimento ingerido na quantidade certa, não só faz bem para o mesmo órgão que acreditava-se que fazia mal, como tem outros tantos benefícios para a saúde.
 
Veja bem, não estou defendendo um consumo desenfreado de alimentos ricos em açúcar, gorduras e conservantes. Só estou falando que a privação de determinados alimentos considerados “maus” não é tão necessária quanto se pensa. Claro que o melhor é fazer escolhas mais saudáveis para nutrir nosso corpo, comer coisas mais naturais e evitar industrializados. Mas se privar o tempo todo dos alimentos chamados de “maus” pode ocasionar outro efeito: desde o surgimento de transtornos alimentares, até problemas como ansiedade, estresse, depressão. 

Trouxe algumas matérias que saíram na mídia sobre ovos, exemplo que dei em outro post, vinho e glúten. São apenas alguns exemplos de como certos grupos alimentares saem de “maus” para “bons” ou vice e versa. Analisemos:

Na revista Exame, pude encontrar duas matérias um tanto quanto contraditórias: uma tem o título “vinho faz tão bem quanto exercícios físicos, diz estudo” e a outra “vinho não faz tão bem para a saúde como você pensa”.
Na primeira, diz que “uma taça de vinho faz tão bem para o corpo quanto uma hora de atividades físicas”. A responsável por isso seria uma substância chamada resveratrol, que supostamente trazia mais força aos músculos e melhorava as funções cardíacas e o metabolismo. Aqui está o link.
Já na segunda matéria, encontrada nesse link, pode-se ler que “Não foram encontradas evidências de que a substância [resveratrol] faz bem ao coração ou que tem potencial para diminuir processos inflamatórios no organismo” e ainda informa que durante a pesquisa que comprovou isso, feita entre 1998 e 2009, 268 participantes (de 787) morreram, outros 174 tiveram doenças cardiovasculares e 34 desenvolveram câncer.
Imagem retirada daqui
 E aí, faz mal ou não faz?

E o que dizer do ovo?
O site Saúde, do portal Terra, afirma que “Ovo pode fazer tão mal ao coração quanto cigarro”. Você pode ver nesse link aqui. Já o programa BemEstar, da Globo, defende o alimento, com a matéria “Ovo faz bem para a visão e cérebro e pode ajudar na recuperação muscular”, com um subtítulo dizendo que o consumo do ovo “pode evitar doenças degenerativas”. Link aqui.

Imagem retirada daqui

A grande pergunta é: nesse momento, com os estudos atuais, o ovo faz bem ou faz mal?

Agora, vamos falar do glúten, o meu malvado favorito do momento?
Na revista Superinteressante podemos ler que, “No final de 2008, ele [o glúten] ganhou fama de vilão. Tudo por causa da maior divulgação dos riscos da doença celíaca (...). Afinal, se o glúten faz mal para um grupo de pessoas, por que não faria para todo mundo? Não faltou quem afirmasse que ele traria danos à saúde, mesmo em pessoas saudáveis. Mais tarde, a proteína foi acusada de provocar obesidade e inchaço no abdômen. A apresentadora Luciana Gimenez foi uma das que garantiram ter afinado a estampa ao se livrar do glúten. E o livro Glúten e Obesidade: A Verdade Que Emagrece, da carioca Regina Racco, virou best seller”.
Embora a matéria trate também o outro lado, afirmando que especialistas disseram que não há nada errado com o glúten e que só é contraindicado para quem tem a doença celíaca, ainda fica claro no título do texto que “Alimentos com glúten fazem mal à saúde”, como você pode ver aqui.

Outro artigo, do portal Bolsa de Mulher, traz informações da entrevistada Flavia Cyfer, nutricionista funcional e diretora da empresa Nutrindo Ideias Consultoria, em que ela defende que “Em uma alimentação sem glúten, não há espaço para celulites, barriguinha, inchaço, enxaquecas ou indisposição”. Vamos comparar com uma reportagem do Bem Estar, encontrada nesse link. O médico italiano Alessio Fasano, diretor do Centro de Pesquisas Celíacas nos Estados Unidos e autor do livro Gluten Freedom, defende que "Se você começa a comer substitutos como cerveja sem glúten ou massa ou bolacha sem glúten, o que vai acontecer é você engordar. Uma bolacha comum tem 70 calorias. Sem glúten, o mesmo biscoito pode chegar a 210 calorias". Ele acrescenta que o aumento de calorias se dá porque é preciso substituir a falta de glúten com gordura e açúcar. Na mesma matéria, vemos que Alan Levinovitz, autor do livro The Gluten Lie, diz que “dieta sem glúten não é uma dieta sem perigos” e que a substância não causa mal a quem não tem doença celíaca.
Agora, duas frases para reflexão que me chamaram a atenção no texto do Bem Estar: “Muitos pacientes que sofrem de distúrbios alimentares contam que começaram a ter problemas justamente com as dietas que excluíam algum alimento” e “Há provas que sugerem que uma ansiedade extrema sobre o que comemos pode levar a sintomas que não são tão diferentes daqueles da sensibilidade ao glúten”.

Imagem retirada daqui
A revista Marie Claire trouxe uma matéria, disponível nesse link, com 7 informações sobre o glúten:
  1. Você provavelmente não vai perder peso
  2. Sua conta de supermercado vai aumentar
  3. Você pode sofrer com intestino preso
  4. Você vai querer ficar mais tempo na cama
  5. Você pode consumir muito mais conservantes
  6. Você pode aumentar suas chances de ter câncer
  7. Você pode evitar os efeitos da sensibilidade ao glúten
E aí, faz bem ou faz mal?

Que tal comer de tudo, respeitando a sua fome e saciedade? Nunca se sabe quando um alimento considerado bom, pode se tornar mau. Nem quando um alimento mau pode se tornar bom. Pra quê se privar tanto, se culpar tanto? Bora pregar a liberdade, escutar o corpo e ser feliz?

Pra finalizar, deixo aqui uma imagem do blog Não sou Exposição:


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