segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Em defesa dos animais de estimação

Meu maior susto de 2011 foi chegar no final do ano e descobrir que só tinha lido 12 livros. Me descuidei da leitura e sei que, na profissão que escolhi, ler é algo necessário. Claro que não é só pelo jornalismo que eu (e todo mundo, né?) preciso ler. Como estamos cansados de saber, ler amplia nosso vocabulário, desenvolve nossa imaginação e nos adiciona conhecimento.

Como viajei para Curitiba no final do ano, fiz um tour pelos sebos da cidade e comprei alguns livros. Entre eles, Alô, Chics! da Gloria Kalil. Respeito muito ela, sempre dou uma olhadinha em uma dica ou outra (embora não siga todas porque não nasci para ser perfeitinha, beijos). Mas dois textos do livro me chamaram a atenção e eu PRECISEI copiar alguns trechos e colocar minha opinião pessoal aqui no blog.

"Experimente chegar à casa de algum amigo dono de cão e não dizer bom dia para o bicho! Ambos vão morrer de ofendidos até vocês se darem conta da gafe e fazer um aceno qualquer na direção do animal – que só então vai deixar de ser hostil e se retirar para o seu canto. Estou exagerando? Nada disso. Ele tomou na casa o lugar que as crianças tinham no quesito companhia, alegria e afeto; muito justo que exija, ao menos, ser cumprimentado, e de preferência pelo nome. Ele é o verdadeiro dono da casa: mimado e cheio de vontades".

"Por isso, atenção: ao ir à casa de um amigo, descubram se ele tem um cão e tratem-no tão bem como a qualquer outro membro da família. Todos vão apreciar a atenção".

(página 120, Alô Chics - Gloria Kalil, 2007)
Como dona de um cachorro tratado como gente, concordo plenamente com o texto! Se quiser vir à minha casa, tem de tratar bem ao meu cachorro que pode não ser humano, mas faz parte SIM da família. Qualquer um tem todo o direito do mundo de não apreciar o bichinho, mas tem que pelo menos demonstrar respeito (pelo menos na casa de algum dono de cão).
Acho que se você não gosta de animais, tem o direito de não tê-los em sua casa mas jamais terá o direito de exigir que eu afaste meu animal de estimação de você (principalmente se for na minha própria casa, ou seja, a casa em que o bichinho mora).

Algumas páginas a frente, encontrei outro texto da Gloria falando sobre animais de estimação:

"(...) tenho horror de chegar à casa de alguém e ser recebida com latidos. Depois, passar o tempo, disfarçadamente, empurrando o animalzinho que vem me cheirar e lambuzar minha roupa com seu focinho e boca sempre molhados.
Sei perfeitamente que todas essas situações não incomodam nem um pouco os amantes dos cães, mas gostaria que eles levassem em consideração meu direito de não querer bichinhos por perto".

"Nem pensem em ir à casa de algum amigo com o totó sem pedir permissão antes; e não insistam se perceberem que o anfitrião não demonstrou entusiasmo com a possibilidade de receber essa dupla visita".

(páginas 200 e 201, Alô Chics - Gloria Kalil, 2007)

Admiro muito Gloria Kalil e amo suas dicas de etiqueta. Agora, devo discordar em partes desse texto. Como dito anteriormente, as pessoas tem o direito de não gostar de animais, de ter alergia aos pelos, enfim. Também acho que os donos dos bichos devem ter bom senso e educar seus cães ou tentar mantê-los afastados de alguma visita que não consiga conviver com o animal. Também acho erradíssimo quem prende o animal assim que chega uma visita, porque, no meu ponto de vista, o bicho tem mais direito de estar livre dentro de sua própria casa do que a visita. Claro que sou totalmente a favor de receber bem visitas, de tratá-las como se estivessem se hospedando em um bom hotel. Mas daí não gostar do meu cachorro e querer exigir distância dele já é demais!
Não gosta do meu cachorro, então que não venha na minha casa, oras! Marca de sair comer alguma coisa, de fazer compras, de ir ao cinema! Mas não queira desafiar o espaço do meu bichinho! Eu posso, por exemplo, não gostar de crianças, mas nem por isso vou pedir para que você tranque seu filho no quarto para que eu possa te visitar!
E digo mais: eu não peço permissão para levar meu cachorro a lugar algum. Na dúvida, não levo e também NÃO VOU. Agora, todos que me rodeiam sabem: me chamou para visitar sua casa, chamou junto meu cachorro. Não quer a presença dele, não me chame! Marque em outro lugar, simples assim.

O livro é ótimo, mas né. Eu precisava falar dessa parte aqui.

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