quarta-feira, 29 de abril de 2020

Fragmentos da quarentena


Ouvi uma música da Patti Smith, Constantine’s Dream que fala sobre São Francisco. Ouvi no mesmo dia, enquanto dirigia, a música da Madonna que fala sobre São Pedro. Coincidências da vida.

*

Acho que o ponto alto daquele dia foi ter visto Rolling Stones e Paul McCartney no One World: Together At Home. Não assisti na hora, pesquei no YouTube depois. Continuei lendo Luzes de Emergência se Acenderão Automaticamente e vi muito machismo e até gordofobia. Quando finalmente terminei o livro percebi que ele conseguiu ser pior que Daisy Jones and The Six. Dei nota 1 no Skoob. Pelo título, criei altas expectativas. O que pode dar errado num livro com esse nome, gente? A resposta é TUDO. Personagem principal cheio de ideias deturpadas sobre pessoas gordas, por exemplo. Sobre a escrita, digamos que ela é peculiar. Errada não tá. Mas o excesso de parênteses me irritou demais. É um tal de abre parênteses, aí abre mais um, abre outro, depois fecha com três ))) que NOSSA. Os P.S. chegaram a VINTE. Quem escreveria, sendo pessoa sã, 20 P.S. numa carta? Fora o final. Só uma palavrinha pode descrever: bosta.

*

O projeto ler só mulheres tem decaído demais agora em 2020. Claro que abro exceções para alguns homens, como Machado de Assis. Mas agora só tenho homens aqui pra ler, me parece. José Alencar que o diga, foram dois dele seguidos: Ubirajara e O Gaúcho. Não sei se devo comprar mais livros para ter o que ler em mãos. Queria um Kindle. Me convenci disso depois do noivo me falar mais de uma vez para comprar.

*

Dois dos livros da quarentena tem em comum o cenário do Rio Grande do Sul. Em Luzes de Emergência se Acenderão Automaticamente, Henrique, o escritor das cartas para Gabriel – seu amigo em coma – mora em Canoas, cidade de um dos meus tios. Em O Gaúcho, como o nome já sugere, os pampas são o cenário, passando por Porto Alegre, meu amorzinho.

*

De novo estou escrevendo ao som de Patti Smith. Acho que algo nela em si me incentiva a escrever, não só de lê-la. A versão dela para Changing of the Guards do Dylan é linda e estou viciada!

*

Estava assistindo a um vídeo, onde se fala que o efeito assustador da quarentena é que não temos uma previsão de fim. O moço do vídeo cita que em uma viagem, por exemplo, é desconfortável, mas sabemos que vamos chegar, nossa mente cria um “arco” de tempo. Quando fui aos Estados Unidos pensei que nunca mais queria viajar de avião para tão longe, 11 horas de voo, porque é desconfortável demais. Mas já esqueci o desconforto e estou disposta a ir um dia novamente. Isso me fez lembrar de um papo que tivemos entre mulheres um dia na casa do meu irmão. Que a mente esquece propositalmente as dores do parto, para que a mulher venha a engravidar de novo. Interessante, pensei. Não quero nem imaginar essa dor, que um dia ainda sentirei.

*

Esses dias também vi a live do Danny Jones, do McFly. Ele cantou Bruce Springsteen. Saí no logo em seguida, bateria do celular estava fraca e tinha chimarrão com a mãe e o noivo me esperando. Mais tarde, optei pelo som de Hallellujah do Jeff Buckley, o bonito moço que morreu precocemente. Música tem me salvado nesses dias de quarentena, tanto quanto os livros. Comecei mais dois livros, falando neles. Não tenho muito controle.
*

Enquanto lia Cortella (Por que fazemos o que fazemos?) ouvi Yann Tiersen, aquele que criou a trilha sonora de Amelie Poulain. Até terminar o livro, Tiersen foi a trilha sonora. Me relaxou para eu poder entender as ideias do Mario Sergio.

*

Ouvi também No Doubt. Indicação do noivo. Me lembro que comecei a usar batom vermelho com os cabelos descoloridos por causa da Gwen. Ela toda linda sustentando o batom na boca. Eu era só uma garota com cabelo de gema de ovo usando o tom errado nos lábios, só não sabia disso.

*
Conheci a francesinha Françoise Hardy. Não sei de que época ela é, mas agora já é idosa, e tem musiquinhas deliciosas de se ouvir, com ritmo super atual. Espero procurar mais do trabalho dela.

*

Por acaso, fui pesquisar a Françoise para lembrar de ouvir mais músicas e descobri que ela é da década de 60, talvez início de 70 também. Gostei ainda mais.

*

Li um texto enorme na Revista Serrote, sobre o coronavírus e o que temos passado no isolamento social, da escritora de “Os Homens Explicam Tudo Para Mim”. Quis escrever longamente que nem ela. Mas não tenho ideias. Sou mais direta.

*

Cortei o cabelo em casa, me sinto diva alternativa fazendo isso. Mas com a ajuda da mãe, é claro, para não ficar despontado. Me sentindo mais cult ainda pois ouvi Édith Piaf.

*

Em tempos de COVID-19 a moda se portará como? Quero dizer, agora, nesse momento, o mais básico é usar pijamas e roupas confortáveis, além de máscaras, a gente sabe. Mas e depois, como a moda vai se reinventar? Eu não sei, não tenho essas respostas. Na palestra “Moda e COVID-19” do André Carvalhal em parceria com a Afeto Escola, ele mesmo diz que não tem como prever nada. NADA mesmo. Se prevíssemos, saberíamos antes dessa pandemia, certo? Enfim, em matéria da FFW li algo interessante: o comportamento, que também tem a ver com moda, das pessoas sim, vai mudar. Umas vão comprar loucamente, para suprir o tempo que ficaram sem compras. Vão exagerar na dose. Outras, vão pensar mais nas compras, não comprar nada, refletir e exigir roupas melhores, de maior qualidade, esquecendo-se de fast fashion. Parece que o futuro é conforto, pijama para sair de casa, máscaras combinando com acessórios ou compras totalmente desequilibradas. 8 ou 80.

*

“I'll be coming home” foi basicamente o que pensei esses dias ao começar ouvir Avenged Sevenfold. É que eles são, de certa forma, parte de mim, logo, da minha casa, pois me habito. Ouvir Avenged nessa quarentena, para mim, é sentir o famoso quentinho no coração que a gente tanto quer ter. Os dias são todos iguais. Hoje é ontem? Amanhã será depois de amanhã? Não sei. Mas a quebra da atual rotina, a insistência em ouvir Avenged, pode sim me salvar agora.

*

Às vezes, tenho feito exercícios em casa. Esses dias foi dança, com I Love Me da Demi Lovato sendo uma das músicas. Esse som mexe comigo. Ela fala de mim. I wonder when I love me is enough... o fato é que depois, na aula, vieram outras músicas, que eu nem conhecia. Dancei-as como se não houvesse amanhã. Cansei. Suei muito. Tive que correr tomar banho. Dois dias depois, fiz uma aula de abdômen com o canal blogilates, junto com o boy. Cansamos também.

*

Fui ao mercado e percebi que, ao precisar que uma moça me desse licença com o carrinho dela para eu poder passar, sorrimos com os olhos. As máscaras escondiam nossas bocas, mas não nossos sorrisos. Depois, virei pro noivo e sorri com os olhos para ele, que entendeu, sorriu de volta, com os olhos, sempre com os olhos. COVID-19 não vai tirar nossos sorrisos.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Apanhado de Links #21

Mais um apanhado de links que eu andei curtindo. Vamos lá?

• "Adoro meu corpo e o modo como sou": uma conversa sobre liberdade e estilo com Izaura Demari mostra um pouco da vida dessa mulher incrível que tem 80 anos. Quero envelhecer como ela, cheia de estilo!

• O Cinema veste... é um texto muito dos bonitinhos sobre figurino e filmes, que eu não podia deixar de compartilhar. A escolha das roupas para os longa metragens importa e muito!

• Sexismo e Opressão: a moda precisa muito do feminismo! É um vídeo que questiona termos usados no mundo da moda. Como sou formada em Produção de Moda, também problematizo certos termos. E bolsos, gente, mulher tem que ter muitos bolsos, somos detentoras de muitos bens hoje em dia. Parece um tema bobo, mas é muito importante.

• Remendos visíveis: um resgate a valores esquecidos e uma ferramenta política - Adorei que ela traduziu o termo para o nosso português. Adorei mais esse conceito que eu só tinha ouvido falar por cima e pretendo pesquisar mais. Dá até vontade de fazer um projeto sobre remendos visíveis! É lindo contar histórias através da roupa que vestimos.

• Conselhos dos esquimós contra o pessimismo – eu, pessimista de carteirinha tentando ser otimista, adorei ler um pouco do que os esquimós tem a nos ensinar. O lance das amizades é muito real! Me lembrou demais do livro No País das Sombras Longas, de Hans Ruesch, que fala sobre a vida dos esquimós (e que livro bom que ele é, recomendo!)

• What Does Your Face Mask Say About You? – Claro que mascaras de proteção são importantes em época de vírus solto por aí, mas para mim, amante da moda, não tem problema usar uma caseira, de um tecido legal. Ajuda na melhora da minha ansiedade. É sobre o uso de máscaras fashion – ou não - que esse texto discorre.

• Por que você está sonhando tanto durante a quarentena – tenho sonhado ou tido pesadelos todos os dias e esse texto me deixou mais calma por saber que não sou só eu. E são sonhos bizarros. Num deles eu e minha família estávamos trancados dentro de casa e um serial killer tentava entrar para nos matar. No outro, eu e o boy estávamos em uma padaria enorme e quando saímos, já chegando no carro, um homem armado nos abordou querendo nos matar, apontando uma arma para nossas cabeças, enquanto eu tentava proteger meu cachorro de levar um tiro. Tem gente sonhando com gato zumbi, como nos mostra essa matéria.

• My life as a work of art – esse TED Talk de 2019 nos mostra as roupas do brilhante Daniel Lismore, nos incentivando a sermos nós mesmos. Mostra também que podemos apostar em diferentes visuais, por exemplo, criando peças com o que seria lixo. Incrível como algumas pessoas fazem literalmente suas vidas uma obra de arte!

• What did hubble see on your birthday – A Nasa lançou essa plataforma interativa para mostrar o que mostra o que o telescópio Hubble avistou no dia em que você faz aniversário. Coisa mais linda a minha imagem: 

• Leandro Karnal • A Mulher na História – mostra a história das mulheres ao longo dos séculos, com aquele humor que só o Karnal tem. Palestra muito inteligente, um tanto triste e necessária pra nós, garoutas. O vídeo é de 2018, porém, ainda urgente.

terça-feira, 21 de abril de 2020

Ideias para lidar com ansiedade, depressão e insônia

Agora, com o coronavírus aí fora, temos mais motivos para cuidarmos da nossa saúde mental. Então vamos logo para a lista, sem enrolação?

1- Pedras/Cristais

De energia pesada a vida já está cheia. Por isso comprei uma ametista, pedra do meu signo, numa viagem que fiz ao Petar no final do ano de 2019, porque sabia que meditaria melhor com ela. Mal sabia que ela me curaria de uma dor de cabeça uns dias depois. Sim, uso cristais para sanar minhas dores. Pra não ficar ansiosa e ter uma noite de sono digna de princesa, eu durmo com a ametista na cabeceira. Aí decidi me proteger comprando uma turmalina negra. Tenho uma com mica também, mais rara de encontrar. Vou com uma delas trabalhar todos os dias, no bolso esquerdo da peça que estou usando embaixo (short, calça). Jaspe marrom me ajuda a equilibrar emocionalmente. Não sei se uso certo, mas coloco dentro do sutiã. Tenho uma Selenita para purificar as pedras. Depois de tantas energias negativas, não tem como ficar sem limpá-las.



2 - Velas, incensos, palo santo, ervas


Outra coisa que decidi investir novamente foi em velas, incensos, palo santo, ervas. Adoro mentalizar coisas boas, fazer uma prece e deixar que a fumaça de um incenso ou do palo santo espalhe isso pelos cômodos da minha casa e por mim mesma. Durmo com um saquinho de pano com lavanda seca dentro do lado também. Já deu para perceber que sou insone, né? Pois é, então estou sempre a procura de métodos para dormir melhor. Por enquanto a ametista e a lavanda tem resolvido.





3 - Meditação

Além da mindfullness que eu já pratico há anos, também tenho feito ho’oponopono. Dica da @rayneon no instagram: fazer durante o banho. A primeira me ajuda muito com as crises de ansiedade e a segunda com melhor aceitação de mim mesma. Meditar me ajuda a ter clareza das coisas, acalma minha mente e corpo, me ajuda até a dormir. Me mostra, principalmente com a ansiedade, que a vida é aqui e agora e não no futuro. O futuro vai acontecer, você não pode impedí-lo e muito menos controla-lo. “Ahhhh, mas posso planejá-lo”, sim, isso é verdade, e a meditação pode te ajudar com isso também, te dando clareza nas ideias e diminuição da ansiedade para aí sim se programar.

4 - Skin care e cuidados com o cabelo


Descobri recentemente que meu cabelo não é liso rebelde. Ele é ondulado, com curvatura 2a, aí comecei a tratar ele com a linha Meu Liso Ondulado, da Salon Line. Não é merchan, é só pra comentar qual linha estou usando mesmo. Skin care é minha paixão. Adoro massagear o rosto, me sentir. Isso tudo ajuda a desviar a atenção dos meus problemas de ansiedade e focar em mim.

5 - Kombucha

Eu já sabia das magias do kombucha, mas nunca pensei que teria meu próprio scoby para criar e fermentar o chá verde em casa! Até que minha sogra ganhou um scoby, cuidou e me deu uma “cria” dele hehehe. Hoje tenho três potes na produção. Que delícia que é o gostinho lembrando espumante, fora os benefícios para a saúde. Ele melhora MUITO o intestino, que tem ligação direta com, adivinha? CÉREBRO. Logo, coloco fé nele, nem que seja efeito placebo, para melhorar a depressão e a ansiedade.

 
6 - Gratidão

Tenho, desde 2018, um caderninho de gratidão. Na verdade, estou no segundo consecutivo. É uma delícia parar por um momento durante a noite e agradecer pelo dia que tive. Se foi um dia ruim, tento encontrar ainda assim motivos para agradecer. E sempre acho! Antes, eu tentei pote da gratidão, mas não funcionou para mim, não sei nem dizer o motivo, apenas não bateu eu, pote e papéis soltos, sabe? Mas você pode tentar e achar o que é melhor pra você. Esse funciona tremendamente bem com a depressão. Se eu tive um dia péssimo, caço no fundo das minhas memórias algo para agradecer. Claro que sempre temos o que agradecer. Choramos em uma cama, comemos demais porque temos comida, estamos vivos apesar de. Respiramos.

7 - Bullet Journal

Também é meu terceiro ano sem falhas (assim espero) no meu BUJO. Adoro dar check nas tarefas e perceber que fiz o que tinha de ser feito. Mas NUNCA me culpo quando uma tarefa não foi concluída. Tá tudo bem! Também não tenho um BUJO decoradinho, na verdade, uso uma agenda normal, mas com o método bullet journal. Funciona pra mim, só assim me organizo sem desistir disso tudo. Para as artes eu tenho um art journal, já ouviram falar? Ter isso ajuda a organizar minha rotina para que eu não me desespere, causando ansiedade excessiva e também me ajuda a desabafar, no art journal, através de colagens e desenhos.

 
8 – Exercícios de respiração


Uso em crises de pânico, em momentos de nervoso, com a ansiedade e até mesmo para aliviar os sintomas da depressão. Mas o melhor mesmo é para dormir. Uso a respiração 4-7-8 por 4 vezes e logo estou dormindo como um bebê (junto com o combo que já expliquei antes).

9 - Diário

Ajuda a desabafar na falta da psicóloga. Quase nunca releio, pois da última vez sofri demais por eu mesma ter passado por tudo que passei. Foi triste, me deixou mal, foi um gatilho. Mas também foi bom saber que superei tudo aquilo. O objetivo aqui é desabafar, registrar como você está se sentindo e não necessariamente o dia que teve. Mas eu registro os dois: o dia, as situações que me fizeram bem ou mal, os sentimentos. É o meu diário e nele posso colocar o que eu bem entender. As vezes escrevo mais de uma vez por dia, quando sinto que estou precisando.

10 – Oração
Você pode ter o seu próprio deus, que é diferente do meu. Ele pode ser a Natureza, o Universo, uma Entidade, Uma Força maior, Alá, o Deus Cristão, e tantos outros deuses que existem. Você tem fé em alguma coisa. “Ah, mas sou ateu”. Tudo bem, ainda assim, tenha fé em si mesmo! Faça uma prece, lance palavras positivas para si mesmo, jogue pro universo suas intenções, ore de joelhos e realmente peça mudança do fundo do coração. Seja qual for sua crença, encontre algo para você colocar sua fé.

Essas são as dez coisas que mais me ajudam. Tentei fugir do clichê exercícios físicos, boa alimentação, etc. São importantes, mas eu sou pisciana e vou defender meu direito de ter fé em tudo. Espero que essa listinha possa ajudar alguém, além de mim. Nos vemos em breve. E se você tiver alguma outra dica sobre saúde mental, deixa nos comentários pra mim? Quero incorporar cada vez mais coisas nessa lista!

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Terminando de ler Linha M, de Patti Smith


Decidi terminar, finalmente, de ler Linha M da Patti Smith. Coloquei a própria para tocar nos meus fones de ouvido enquanto terminava a leitura. Patti não me surpreendeu nesse livro, que eu comecei a ler em janeiro de 2018 e só consegui terminar hoje. A escrita dela me encanta e de alguma forma me faz querer escrever também. Mas em Só Garotos eu me deliciei, sonhei ter a jornada de Patti. Em Linha M eu só queria terminar de ler.

*

Por coincidência, dia 16 de abril, foi o dia que passei mal de tanto tomar café. Exagerei na dose e comecei a tremer (não façam isso em casa!). Patti toma uma quantidade exagerada de café, pelo que podemos ver nas páginas de Linha M. Me perguntei como ela consegue. Não tenho pretensão de conseguir a mesma façanha. Prefiro ficar na dose certa de café, no máximo duas xícaras por dia.

*

Enquanto ela narrava cenas de seu sonho com Fred, o marido já falecido, eu me lembrei que na mesma noite, para amanhecer dia 16, sonhei com minha avó paterna, falecida dia 13 de dezembro do ano passado. No sonho, minha avó estava viva, mas estávamos em um funeral coletivo. Talvez sob influência da leitura de Para Toda a Eternidade, que terminei dia 15, eu tenha visto tantos corpos mortos.

*

Ainda estou ouvindo Patti Smith enquanto escrevo essas linhas. Minha nota para o livro não foi alta no Skoob. Mas a vontade de escrever fez o livro valer a pena.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

O que tem pra consumir nessa quarentena?

Baseado no que eu ando fazendo, quero recomendar para vocês algumas coisinhas para se fazer na quarentena, pois esse é um dos temas de postagem do Together esse mês! Fiquei feliz porque tenho buscado mais coisas para consumir, para distrair minha mente, inclusive fora da minha bolha. Escolhi o tema 1 do Together: “Um hobby por dia mantém o tédio longe!”.

1. Monja Coen

Eu sou protestante, não acredito que temos mais de uma vida, mas respeito muito quem tem essa crença. Na verdade, eu gosto tanto de budismo que por um tempo frequentei um templo e estudei muito sobre. Daí que em épocas difíceis, como essa de isolamento social, ouvir os ensinamentos de uma mulher calma e inteligente como a Monja Coen tem me feito bem demais! Me inscrevi na Semana Zazen, que vai começar dia 13 de abril, (ainda dá tempo!) vejo seus vídeos no MOVA e acompanho tudo que posso, como ela falando dos livros que curte ler, nesse vídeo abaixo, do canal Vá Ler um Livro:



2. Curso 


Understanding Fashion: From Business to Culture do Institut Français de la Mode (IFM) é o curso que tenho feito no momento. Para quem não sabe, sou formada em Produção de Moda e, para não desatualizar, encontrei esse curso num tópico de ELLE, o grupo. Ele é gratuito, mas o diploma é pago (49 dólares) e em época de pandemia não vou pagar isso. Quem sabe mais pra frente.

No curso aprendemos sobre a interação entre moda, sociedade e negócios com o professor Benjamin Simmenauer com contribuições de designers como Jacquemus, Christelle Kocher, Paul Smith e CEOs da Chanel, Yves Saint Laurent e Hermès. Tem valido a pena.

3. Leituras

O Poder, de Naomi Alderman. O livro é realmente como Margaret Artwood, de O Conto da Aia o descreve: “Eletrizante! Chocante!”. Se ler só a sinopse, pode vir a decepção. Um bando de meninas descobrem que tem “o poder”, ou tramas que as permitem darem choques como enguias. Algumas mais afloradas, conseguem eletrizar muito mais que outras, pouco desenvolvidas na arte. Aí parece baboseira. Mas não é.

O livro nos leva a ver um mundo onde o matriarcado vence. Se antes mulheres eram estupradas, agora são elas que estupram. E há cenas fortes de estupro. Há mortes, violência – inclusive gratuita -, uso de drogas para potencializar os efeitos da trama. O final do livro é tenso, me arrancou muitas lágrimas. A gente percebe que as atrocidades cometidas pelas meninas do livro, a criação através da violência de uma sociedade matriarcal, todo o conjunto é muito pesado e a gente sente asco delas – mas, na realidade, é o que passamos, desde os primórdios até os dias atuais, numa sociedade patriarcal. Doeu ler um conselho, para um escritor: que talvez ele devesse publicar um livro tão bom, com um pseudônimo feminino, para não sofrer por isso. É assim que é, é assim que vivemos nós, mulheres.

Atualmente estou lendo Para Toda a Eternidade e tudo que surge da Caithlin Doughty só pode ser bom (como esse está sendo pra mim). Recomendo demais!

4. Lives

Gente, lives salvam! Eu gosto das que o Pierre Bouvier, vocalista do Simple Plan vem fazendo. O Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, também prometeu mais lives de, uma por semana, espero ansiosamente que ele cumpra. No mais, assisto qualquer pessoa que entre em live no Instagram (e que eu siga a pessoa, óbvio), pra ver o que que tá rolando, nem que seja só um pouquinho.

5. Canais no YouTube

Eu devoro alguns canais. Do tipo, acabou de entrar vídeo, já tô lá assistindo. Eis a listinha de alguns:

Mimimidias – esse é pra gente se sentir inteligente mesmo. Reflexões, filosofia, sociologia, dentro de temas importantes e atuais. Tem vídeos como esse:


Pam Gonçalves – vlogs sobre rotina de leitura e escrita, desafios, resenhas de livros.

Bel Rodrigues – vlogs, criminologia, resenhas de livros, séries, documentários, etc.

Lorelay Fox – Drag Queen maravilhosa que morava aqui na minha cidade e hoje ganhou o Brasil todo! Tem muita maquiagem, muitas reflexões necessárias, muito conteúdo bom.

Vivi Cardinali - Estilo com Propósito – muito conteúdo de muóda ♥

E é isso... tem ajudao legal a passar o tempo, mas confesso que tem mais coisas guardadas aqui... espero compartilhá-las num futuro próximo com vocês!


 
 
Esta postagem foi inspirada por um dos tema do mês de Abril de 2020 do Together O Together é um projeto lindo para unir a blogosfera, saiba mais clicando aqui