segunda-feira, 8 de julho de 2019

Eu não releio livros

Minha estante só cresce. Eu particularmente amo ir a sebos e afins procurar por novos volumes. Gosto de ter ebooks no aplicativo do Kindle, gosto de visitar uma livraria ou comprar pela internet e gosto de ter minhas estantes cheias. Toda vez que compro um livro é com a intenção de lê-lo, claro. Mas nem sempre isso acontece e eles ficam lá, parados na estante, na promessa de leitura. Pensando no tanto de títulos que tenho e no tanto que gostaria de ler, eu fico não querendo reler livros que amei. Isso diminuiria meu tempo para ler livros novos e adquirir novos conhecimentos. Meio bobo esse pensamento, eu sei.

Ano passado reli um livro que era curto, feito para ler numa sentada só (e é por isso que reli). Se tratava de Os Funerais do Coelho Branco, do Nenê Altro. Essa releitura me fez perceber que muito do que eu não tinha entendido e sentido na primeira vez que li, pude entender e sentir na segunda vez, porque afinal, eu amadureci.

Então, é assim. Eu entendo da importância de se reler. Da magia de voltar para uma história que te prendeu. Mas isso não é necessariamente aconchegante, como as pessoas costumam dizer por aí. Aquele livro lindo da adolescência pode parecer bobinho da segunda vez. Livros que lemos com 15 anos já não serão os mesmos aos 28. Tá, nenhum livro será o mesmo ao ser relido e por isso mesmo me pergunto: será que reler não pode estragar a magia por trás das coisas? O sentimento de carinho?

Agora pretendo reler outro livro. O motivo disso é porque eu gostei muito da história e a esqueci. Mas tenho convicção que era bom. O livro? A Insustentável Leveza do Ser, do Milan Kundera. Espero gostar e entender mais dele quando o momento chegar. Sim, o momento. Tem dias que eu quero sentir medo, corro pros títulos que possuo da Darkside ou pra algum do Poe ou mesmo pra Stephen King. Dias que quero estudar, opto por biografias e livros técnicos das minhas áreas (alô moda, alô jornalismo!). Dias que tudo que eu preciso é de um romance com uma história inteligente, que me faça refletir além de me engajar no enredo. Então, preciso esperar essa última categoria me pegar pra ser o momento de ler A Insustentável Leveza do Ser de novo.

E você, relê ou é do meu time de não reler (com raras exceções)?