quarta-feira, 25 de abril de 2018

A gente pode brincar com a moda

Audrey Hepburn e melindrosas dos anos 20
A moda não foi feita pra encaixotar a gente num recipiente retangular pra depois lacrar de ponta a ponta com fita adesiva – isso só deve ser feito com pacotes que encomendamos de outros países e que ficam séculos retidos nos Correios (alô Curitiba, quero minhas encomendas!). A moda é uma ferramenta incrível que deve nos libertar. Sim, é verdade que a vestimenta foi criada para proteger nosso corpo da temperatura e para facilitar a vida dos humanos, principalmente na hora da caça. Mas isso foi há muitos séculos. Hoje ela é sinônimo de personalidade. E você pode brincar com ela!

É muito divertido você poder sair usando algo que transmite o que você está sentindo. Ou então contar uma história através do seu look. Meu irmão recentemente fez aniversário e deu uma festa com o tema “Black and White”. Eu, quando penso em preto e branco, logo lembro de Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo com seu icônico vestido Givenchy pretinho básico adornado com um colar de pérolas. Por sua vez, pérolas me lembram os anos 20. E os anos 20 não me lembram outra coisa que não as melindrosas. Por isso, para a festa Black and White, montei um look cheio de paetês (blusa preta de paetês, shorts de alfaiataria preto para quebrar o efeito descolado demais, voltando com uma bota de glitter preto nos pés, quebrando totalmente o esperado). Aí fiz um acessório de penas e plumas para colocar na cabeça. Por cima joguei um casaquinho branco para não esquecer da parte branca da coisa toda. Falaram que ficou meio cabaré e eu me diverti com isso, estavam associando justamente ao que eu queria contar, afinal, a pena na cabeça era um acessório muito usado no Cabaret Bataclan, que teve seu grande sucesso entre os anos 20 e 30 e foi eternizado em Gabriela Cravo e Canela. 
Tirei essa foto depois só para ilustrar o post, sem a maquiagem (exagerada e brilhante a la melindrosas) combinando que fiz no dia. Quando monto um look, gosto dele completo, com maquiagem também contando história.

Uma das pessoas que eu mais admiro por brincar com a moda é Maria Eugenia Suconic. Mareu é  apresentadora do Adotada da MTV, e também já trabalhou como figurinista e produtora de moda. Ela sempre aparece nos episódios de Adotada vestida à caráter pros lugares onde vai. Maria me inspira muito a usar acessórios diferentes, principalmente na cabeça, e criar visuais que quase são personagens à parte.




Tá pouca inspiração? Então leia primeiro essa matéria na Elle Brasil com a rainha Raissa Galvão, depois visita o integram dela e olha look por look. Ela é incrível e consegue criar peças inspiradoras com pouca coisa. Eu sei que não parece ser feito com pouca coisa, mas veja esse vídeo da Alexandrismos com a Ray explicando como foi criado esse kimono maravilhoso de paetês que aparece na reportagem da Elle:




Depois dessas inspirações, lembre-se de aproveitar cada festa, cada ida na padaria, cada tarde cazamigas pra usar um look que conte histórias. Vale criar um personagem diferente pra cada ocasião. E se parecer demais, não precisa ser tão extravagante. Às vezes, usar aquela peça de brechó e inventar uma história pra ela já é brincar com moda. Ou que tal misturar duas estampas pela primeira vez? Quem sabe usar o mesmo tom de azul que sua personagem preferida usa no episódio seis da quarta temporada da sua série preferida? Ou apenas imagine como aquela personagem do livro que você está lendo se vestiria para ir à escola e incorpore algo assim no seu visual. Brincar com moda é isso, é se libertar, é se deixar levar e acima de tudo é não ligar pras críticas alheias e ser fiel apenas a quem você é e ao que te deixa confortável e te representa na hora de vestir.

P.S.: infelizmente não dá para brincar a todo momento. Ambientes de trabalho exigem mais seriedade. Mas nada que nos impeça de vestir uma lingerie diferentona por baixo, né não? SE JOGA!

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Apanhado de Links #15

Olha a sumida que decidiu aparecer! Pois é... e só pra publicar um post que estava salvo nos rascunhos com muitos links bons... lá vai:



1 - Eu podia tentar resumir sobre o que "Dapper Dan x Gucci: o homem que subverteu o plágio" fala, mas fiquem com essa frase retirada de lá: “O curioso é observar como determinados personagens trocam de posição nessa história, que têm desfechos no mínimo inesperados. Recentemente, a Vuitton fez parceria com a Supreme, marca que ela processou por plágio anos atrás. Por sua vez, a Gucci — uma das marcas de luxo que fez a Dapper Dan fechar — hoje, tenta chamar a atenção de uma geração imersa no hip-hop inspirando-se exatamente no trabalho deste talentoso fora-da-lei da moda. São as artes do plágio em vestes ardilosas de homenagem.”

2 - Eu adoro ler sobre figurinos! Que delícia foi saber que a figurinista de Game of Thrones, Michele Clapton, usou uma técnica e transformou tapetes suecos nas capas da Guarda da Noite. Para sermos Jon Snow, precisamos apenas comprar um tapete sueco e mandar para uma costureira transformá-lo em capa, que tal? Leia mais em “Upcycling com Jon Snow”.

3 - “Moda não é só uma ferramenta para parecer mais alta e magra (ainda bem)” reflete sobre o papel da moda em nosso visual e nos mostra que podemos (e devemos) usá-la ao nosso favor.

4 - Uma crítica bem verdadeira sobre o sexto episódio da sétima temporada de Game of Thrones. Onde foi que a série se perdeu tanto? “'game of thrones': beyond the wall e o dia em que todos concordaram que a série se perdeu” analisa as cenas absurdas do ep.

5 – Ainda faland em GoT, temos esse artigo lindo, “La evolución del estilo de Daenerys Targaryen alcanza su punto más alto con este maravilloso abrigo” fala sobre a evolução na vestimenta de Daenerys Targaryen ao longo das temporadas de Game of Thrones. Aliás, entre tantos pontos negativos da sétima temporada, o figurino com certeza não foi um deles. Cersei que o diga!

6 - Por em figurino arrasador da Cersei, tem texto ilustrado da Lillian Pacce falando sobre “O figurino das Rainhas de Game of Thrones

7 - Em “Ambientação: por que a roupa importa?” temos uma aula sobre a importância do figurino em livros (séries e filmes também entram aqui). Não pude deixar de relacionar com a vida real: a roupa passa muitas informações sobre a pessoa que a veste.

8 - “George Orwell estava certo” faz uma reflexão que liga nossa realidade com o livro 1984. Nós sabemos que George Orwell descreveu bem nossos dias, mas sempre é assustador relembrar.

9 - Atwood sobre o que significa O conto da Aia na era Trump é a tradução de um artigo do The New York Times, publicado em março de 2017. Nele, Margaret Artwood conta sobre suas inspirações para escrever O Conto da Aia e reflete sobre a ligação da história com nossa realidade.

10 - O Last.fm foi a única rede social musical que prestou pra alguma coisa – a única coisa que eu espero é que o LAST.FM NUNCA acabe, porque não sei como sobreviver sem meus registros musicais.